domingo, 19 de agosto de 2007

Festa de Cosme e Damião



As Crianças são a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza. São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces. Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos. É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero especial (açúcar). É conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como (ÊRES ou IBEJI). Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu. Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.


Com Criança tudo pode acontecer. Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida. Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc. Estas características, que às vezes nos passam despercebidas, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência. Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto, a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim. Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam. Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior característica de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do país. Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe. Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

MAGIA DA CRIANÇA O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são... todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na Umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô. Os erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do terreiro.

Fonte: http://www.assemacuritiba.com/criancas.html

http://umbandafilhosdefe.blogspot.com/2007/08/as-crianas-ers-beijada.html

- Cor...................Rosa e azul- Domínios.........Parques e jardins- Atuação...........Contra doenças e feitiços- Saudação.........Oni beijada!- Elemento.........TerraCosme e Damião são representantes (patronos) da falange das crianças, ou Ibejis. Acreditamos que Cosme e Damião possam ter iniciado no papel de protetores das crianças a partir da sincretização com os Ibejis, as crianças gêmeas do panteão Iorubá, que também podem ser considerados como "eres". Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, tem a presença mais alegre da Umbanda. A presença das crianças na Umbanda traz renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas, pelo ar inocente que traz na face do médium. Aliás essa linha é fácil de perceber a incorporação pois o semblante da pessoa fica suave, sua voz mais fina e sempre com aquele ar de criança. Por sua natureza e pelos patronos a linha de Cosme e Damião também traz a cura para os males do corpo e do espírito, além de darem proteção e benção extra às crianças. Podem aparecer no decorrer do ano, mas o seu dia de comemoração acaba virando uma grande festa de aniversário, adoram guaraná e doces e promovem uma animada "bagunça" quando baixam no terreiro. Sua energia é transbordante de vitalidade e alegria, sendo capaz de derramar as maiores bençãos da fertilidade e da harmonia cotidiana.Oni Beijada!

Fonte: http://www.estrelaj.hpg.com.br/orixas.html

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O Batismo na Umbanda (Por Natan, Guia de Maria da Conceição)


O batismo na Umbanda é uma solenidade de grande responsabilidade para quem está sendo batizado, para os padrinhos e para o oficiante.

O batismo é o ato que une os mentores do Astral e as entidades que assistem os médiuns. O batismo não é apenas a cerimônia de banhar a cabeça com água do mar, e sim, o ato de preparar o filho para os encargos da vida espiritual num terreiro de Umbanda.

Jesus de Nazaré, tendo chegado o tempo de começar sua missão em público, pediu a João Batista, o “Solitário do Deserto”, que o batizasse nas águas do Rio Jordão, para dar exemplo a todos os seus seguidores, demonstrando assim, que para trabalhar, o filho precisa se preparar. Quando se realiza um batizado as Entidades e os Mentores comparecem para assistir, ajudar e abençoar o filho.

O batismo para o médium que trabalha no Terreiro:

Primeiro: procura-se o Guardião que presidiu o seu nascimento.
Segundo: procura-se o Orixá que é Senhor do dia da semana.
Terceiro: procura-se um nome que se enquadre com o seu Orixá, com o seu Mentor e com o seu Guardião, e que lhe seja favorável.

Quando o candidato ao batismo é menor ou quando ele não é um “obreiro do Terreiro”, ele recebe o mesmo nome que lhe foi dado em seu nascimento e sob o qual foi inscrito no registro civil.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Trabalhar na Umbanda é Sinônimo de Fazer o Bem


A Umbanda é uma religião cujo princípio é a caridade. Pois bem. Vê-se, nos Centros de Umbanda, diversas pessoas que saem semanalmente de suas casas e deixam seus afazeres rotineiros para se doarem e ajudarem outras pessoas que necessitam. É óbvio, no entanto, que pelo fato de sermos todos humanos, somos imperfeitos. Por mais que a nossa causa seja nobre, colocá-la em prática nem sempre é tarefa fácil. Quem nunca se deparou criticando um irmão, reclamando das regras de seu Terreiro ou questionando o comportamento de um dos filhos da Casa, isso quando não se questiona até mesmo uma Entidade... não somos perfeitos. Trazemos conosco as mazelas de nossa vida terrena, preconceitos e idéias pré-concebidas que acumulamos no decorrer dos anos. O que não podemos, é deixar que essas pequenezas corroam a nossa mente e a nossa alma a ponto de atrapalhar o nosso desenvolvimento espiritual. Defeitos todos têm. Isso é fato. Respeitar as diferenças e entender que nossos irmãos, assim como nós, são sujeitos a vicissitudes, é o que podemos chamar de “a chave para o crescimento”.

A partir do momento que nos dispomos a trabalhar num Terreiro de Umbanda, devemos estar cientes de que toda Casa tem suas regras e organização próprias. Para vivermos bem em sociedade, respeitar essas regras é primordial, assim como é primordial o respeito que devemos ter para com os dirigentes da organização à qual nos dedicamos. Na verdade, o respeito a qualquer membro da Casa ou do Terreiro em que se trabalhe é essencial, já que, além da experiência de vida que cada um tem e que não deve ser desprezada, todos ali deixam de lado momentos de vida particular para se dedicarem ao próximo, buscando a sua evolução.

Assim, cada vez que, ao invés de expormos nossas idéias abertamente, com uma justa e clara argumentação, apontamos o dedo para algo que nos desagrada de maneira sorrateira, por meio de fofocas ou mensagens indiretas, estamos nos distanciando do nosso objetivo. Cada vez que criticamos a atitude de alguém que está, da melhor maneira possível, tentando realizar o seu trabalho, nos distanciamos do nosso próprio trabalho e crescimento. Cada vez que buscamos os louros e louvores por alguma boa atitude, nos esquecemos que as boas atitudes nada mais são do que uma obrigação, já que é através delas que melhoramos a nós mesmos.

A vivência na Umbanda não se resume em incorporar entidades, em aplicar passes ou em trabalhar das mais diversas maneiras num Terreiro. A vivência na Umbanda implica em um comprometimento pessoal de doação, de respeito e de fraternidade. A Umbanda é uma religião que diariamente nos cobra a atitude de “amar ao próximo como a si mesmo, e a Deus sobre todas as coisas”.

(autoria: Erica Camarotto)